Ao considerar que uma das primeiras informações aprendidas sobre a Terra é o fato de ser o quinto maior planeta do Sistema Solar, o título “Cidades para um pequeno planeta” dado por Richard Rogers e Philip Gumuchdjian parece irônico. Mas o grande trunfo do livro é partir do pressuposto de que toda essa extensão terrestre parece comprimida na dinâmica frenética de construção dos espaços coletivos negligenciando questões de importância social. Afinal, se o futuro da civilização será determinado pelas cidades e dentro das cidades, torna-se importante pensar nos contextos atuais como absorver o enorme aumento no crescimento urbano, a poluição, os impactos sociais e ambientais.
Ao partir da escala geral e tomar como exemplo a cidade de São João del-Rei, torná-la auto-sustentável demanda reciclar seus costumes e motivar seus cidadãos nessa empreitada, sempre pensando no conforto e na mobilidade da comunidade. Apesar de não ser comum encontrar lixo jogado nas ruas, a cidade conta com pequeno número de lixeiras instaladas nas vias públicas. Faltam também iniciativas da prefeitura voltadas à coleta seletiva, reutilização, reciclagem e redução de lixo.
Existe também o problema com o trânsito, responsável pela maior parcela de poluição do ar. Nesse sentido, a topografia pouco íngreme é um ponto positivo para o uso de transportes alternativos como bicicletas, veículos coletivos ou até mesmo a mais simples caminhada. Tudo isso aliado a práticas simples e corriqueiras como oferecer caronas, atitude que diminui assim a quantidade de automóveis pelas ruas.
Arborizar também é uma solução para diminuir os impactos ambientais ao mesmo tempo em que se amenizam os efeitos das ondas de calor. Além disso, espalham-se mais áreas com sombra pela cidade, harmonizando a área verde com a área construída. Em suma, uma cidade orgânica, para o seu bom funcionamento, precisa contar com estímulos administrativos e o bom senso populacional. Só assim se pensa na cidade como um todo.
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